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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Todos os olhos na Serra da Gandarela 

(ou Serra do Gandarela)


Ambientalistas e participantes de movimentos sociais apresentaram aos universitários da Faculdade de Ciências Biológicas da UFMG um dossiê sobre o andamento das atividades para futura exploração mineral da Serra da Gandarela (Ou Serra do Gandarela).

Anunciada como um investimento apoiado pelo então governador Aécio Neves, a exploração de minério de ferro na Serra da Gandarela pela Cia. Vale deve custar mais de 4 bilhões de reais. Os ambientalistas, integrantes do Conlutas e do Movimento pelas Serras e Águas de Minas, criticaram a postura do governo em apoiar o empreendimento, já que a obra nem sequer recebeu ainda aval do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental), não tendo sido realizados estudos aprofundados sobre os impactos ambientais, sociais, arqueológicos e históricos.

A Serra da Gandarela (Serra do Gandarela), localizada entre Rio Acima, Santa Bárbara, Caeté e Ouro Preto (próximo à Serra de Catas Altas – outro refúgio ecológico), é um dos últimos remanescentes intactos do Quadrilátero Ferrífero. Nela são encontradas biomas como Mata Atlântica, Cerrado e ainda a vegetação de canga, típica de locais onde há minério. Esse tipo de vegetação, por causa do interesse econômico na exploração do minério de ferro, corre risco de desaparecer sem que sua biodiversidade seja conhecida e mapeada.

 foto: Leandro Durães


Outra questão preocupante, repetida diversas vezes pelos ambientalistas que conduziram a palestra, é o fato de que “onde há minério, há água”. Na Serra da Gandarela nascem importantes mananciais que abastecem as bacias do Rio Doce e do São Francisco. Os impactos da mineração sobre esses mananciais serão irreversíveis e não se sabe o que pode acontecer até mesmo com o fornecimento de água para Belo Horizonte.

Segundo o jornalista Gustavo Gazzinelli, do Movimento pelas Serras de Águas de Minas, a Serra da Gandarela é a mais significativa fonte de água limpa do Alto rio das Velhas, especialmente a montante da captação de Bela Fama, isto é, antes ou acima dela. A margem esquerda, por causa das atividades das minas do Pico (de Itabirito), Tamanduá, Capitão do Mato, Mar Azul e Capão Xavier, sofre uma redução do número de nascentes. E são exatamente essas águas do Velhas, da captação de Bela Fama, a principal fonte de abastecimento da cidade: 60% da água que abastece Belo Horizonte e cerca de 45% da água que abastece a Região Metropolitana.

 foto: Leandro Durães


Com a exploração da Mina Apolo, haverá uma barragem de rejeitos e uma pilha de estéril que devem afetar permanentemente a Serra da Gandarela. São 1800 hectares de obra (1800 campos de futebol)! A informação ainda não é oficial; aliás muito pouco se sabe sobre a obra porque a empresa mantém sigilo e pouco se manifesta. Na edição 54 da Revista do Projeto Manuelzão há mais detalhes sobre a obra, mas também nenhum pronunciamento daVale, que se negou a dar esclarecimentos mais aprofundados.

Água
O que se colhe aqui e acolá é que, com a Mina Apolo, a Vale quer garantir a continuidade de sua produção de minério de ferro, substituindo suas outras minas em Minas Gerais que já estão se esgotando: duas em Itabirito e a mina de Brucutu, em Barão de Cocais. O problema, segundo os ambientalistas, é garantir investimentos às custas de destruir fontes de recarga de água que já foram classificadas como “água tipo especial” e “água tipo 1”, ou seja, a água mais pura e limpa que existe.


O risco que se corre com a exploração do Quadrilátero Ferrífero até a sua exaustão é acabar com esses mananciais, que podem ser considerados patrimônios das "Minas de Águas Gerais", apelido que tem sido dado ao Estado pelos amantes de sua natureza .









 1 - Cristal de Água de um rio poluído.

 





 2 - Cristal de Água da nascente do último rio limpo do Japão

A água que se bebe na cidade já se encontra altamente clorada. Alguns abastecimentos de Minas já vem de parte poluída do Rio das Velhas que é submetido a um processo de desinfecção. Outros, que bebem água mineral, mal sabem como é o processo de retirada e envase dessa água. Aquela “água direto da fonte”, é muitas vezes uma fonte subterrânea, que é perfurada. Ali sai uma água quente que é resfriada. Que tipo de vida há nessa água que se bebe? (ou falta de vida?)

Essa água, como a água da Serra da Gandarela, que sai diretamente de nascentes, pura das raízes das plantas, filtrada pela terra, é um tipo de água incomum, que poucos hoje em dia tem a oportunidade de beber.








1- Cristal de água de lago poluído.    



 






 2- Cristal de água do gelo da Antártida










  
  1 - Água de torneira.

 




  2 - Água da Fonte.



  (A palestra mostrou ainda as ruínas que são encontradas na Gandarela. Ali era caminho de tropeiros que iam de Ouro Preto a Santa Bárbara, num dos trechos mais importantes da Estrada Real, único local de passagem da Serra do Espinhaço, conhecido como Bocaina. Animais como lobo-guará e pássaros silvestres também são encontrados. Enfim, um patrimônio não mapeado que corre risco, já que a obra da Mina Apolo já foi abraçada praticamente como coisa garantida pelo Governo do Estado, sem ter sequer ainda passado pelo processo regular de licenciamento. No ano passado, a Vale tentou licenciar a obra de forma fracionada para facilitar o processo, pleiteando um tipo de licença simplificado, a AAF- Autorização Ambiental de Funcionamento. Só que isso é ilegal. Uma obra desse porte precisa obter a licença nos moldes regulares: licença prévia, licença de operação, licença de instalação. A sociedade precisa ficar de olho.)

A questão do emprego

Sempre que se fala em investimentos, o que mais conta para a adesão popular a uma obra com impactos ambientais graves é a geração de empregos e o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado.

O que está cada vez mais claro em Minas Gerais, segundo alguns estudiosos do assunto, é que nem sempre o desenvolvimento que a mineração traz é um desenvolvimento sustentável. Cidades inteiras como Itabira são dependentes da exploração mineral, e quando a mina se esgota, a cidade, que se tornou mono-industrial, não tem alternativa de sobrevivência.

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Impactos sociais: 
inchaço de gente, de homens, o que aumenta violência e criminalidade;

 foto: Leandro Durães


Impactos ambientais: 
exaustão do lençol freático, poluição com a criação de uma barragem de rejeitos repleta de metais tóxicos, supressão da vegetação tanto na área da mina como em áreas do entorn. As siderúrgicas usam carvão, muitas vezes de mata nativa ou de plantações de eucalipto, para aquecer os auto-fornos. O fornecimento de lenha para siderúrgicas é a principal causa do desmatamento no Estado de Minas Gerais (e também do efeito estufa que acontece por causa da queima desse carvão);


 foto: Leandro Durães


 Impactos estruturais: 
Dependência permanente da empresa que depois sai e deixa a cidade sem rumo.
Ao problema das cidades mono-industriais, dependentes de uma empresa apenas, segue-se portanto a poluição e o baixo retorno em termos financeiros para a cidae que abriga a indústria minerária. O repasse do royaltie que é cobrado das empresas para beneficiar os municípios é ridículo se comparado aos impactos ambientais e sociais gerados pela mineração na cidade.

 foto: Leandro Durães


Esse royaltie (uma espécie de imposto de nome Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM) - cai num fundo único, demora pra chegar na cidade e é a menor taxa sobre mineração do mundo. As empresas pagam menos de 3% sobre o valor do seu faturamento líquido (ou seja, menos de 3% de seu lucro). Austrália, Canadá, todos os países onde se minera tem taxas maiores. Não é a toa que as grandes empresas continuam querendo investir no Brasil, mesmo com as jazidas mais ricas de minério se acabando (hematita) e sobrando só um tipo de minério menos concentrado.
Mais uma vez o setor minerário vem com o antigo argumento que a mineração traz a redenção financeira para os pequenos municípios.
Um exemplo é Sarzedo, um pequeno município que vive da atividade mineradora, cujo o benefício foi mínimo para a cidade, que continua empobrecida e dependende de ajuda econômica federal.
Brumadinho também tem uma vocação de mineração, mas hoje tem diversificado entre o turismo ecológico, lá em Inhotim, visitado por turistas do mundo inteiro.
Outras cidades que viveram da mineração, como Igarapé, entre outras, as quais continuam empobrecidas e vendo os seus jovens buscando alternativa em Belo Horizonte.

 foto: Leandro Durães

E colabore com o movimento assinando a petição para a criação do Parque Nacional Serra Gandarela em: http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dFo1RHpPSGxncTUzR0p4eFd4NlBXOVE6MA


via Coluna Meio Ambiente

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Riscos em 2011: 

Perda da Biodiversidade

Até a morte dos dinossauros, a terra não tinha sofrido uma perda tão rápida de plantas, animais, e de ecossistemas. Nossa destruição da natureza podia ser ainda maior do que nossas emissões de gases de efeito estufa.

(foto: Shutterstock)


Sob a ameaça

Os corais de recifes contêm uma biodiversidade incrível, mas estão ameaçados pela exploração excessiva, pela mudança de clima, e pelo turismo. Se desaparecessem, 
152 bilhões de dólares de receitas anuais iriam com eles.


O Ano Internacional da Biodiversidade das Nações Unidas (NU) começou mal. "Nós falhamos miseravelmente", Jean-Christophe Vie, da União Internacional para a Conservação da Natureza, disse a Reuters, lamentando-se sobre a falha das NU em retardar a taxa de extinção de plantas e animais em 2010.

As NU acreditam que há uma perda de três espécies por hora para a urbanização, desflorestamento, pesca excessiva, mudança de clima e espécies invasoras. E não é apenas sobre o “selvagem”. Os habitats humanos, como as fazendas, estão igualmente ameaçados.


A biodiversidade descreve como todas as formas de vida - bactérias, insetos, e grandes animais - interagem para providenciar “serviços vitais do ecossistema” como o alimento, a água doce, a medicina, a madeira, e a recreação. Do plâncton microscópico que alimenta os peixes que nós comemos às plantas que fornecem a cura para a malária e o câncer, a perda da biodiversidade afeta a todos nós.

Infelizmente, de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM) dos Riscos Globais 2010, 60 por cento dos serviços do ecossistema do planeta foram degradados nos últimos 50 anos. “O caminho previsível de tendências de crescimento demográfico e de consumo prenunciam o mal,” conclui o relatório.

E como descobriu a maioria das vítimas pobres do tsunami asiático em 2004, a degradação do ecossistema pode ter conseqüências catastróficas. Décadas de desflorestamento dos manguezais os deixaram indefesos.

A perda da biodiversidade custa dinheiro assim como vidas, diz o relatório: entre 2 e 4.5 trilhões de dólares em 2008. De acordo com outro relatório do FEM, “Biodiversidade e Risco de Negócios”, vai além de custos econômicos - aproximadamente 1.7 trilhões de dólares - que a Stern Review calcula resultará das emissões de gases de efeito estufa do mesmo ano.

Em 2007, o colapso de colônias de abelhas indicou que as safras não foram polinizadas e assim a agricultura dos E.U.A. perdeu 15 bilhões de dólares. A agricultura industrial já reduziu a diversidade das colheitas. Isto, por sua vez, reduz a habilidade das safras de se adaptarem às pragas, doenças ou mudanças climáticas, deixando assim a cadeia alimentar mais vulnerável. Se os corais de recifes desaparecessem, 152 bilhões de dólares de receitas anuais iriam com eles.

Uma resposta é avaliar propriamente os serviços do ecossistema e a diversidade de espécies: pagar nosso débito com a natureza pagando as pessoas para protegê-la. A iniciativa REDDF (Reduzir Emissões do Desflorestamento e da Degradação da Floresta) operaria neste sentido pagando aos países que possuem florestas para não cortar suas árvores.

Artigos relacionados


"Impulsionar a biodiversidade impulsiona a economia global", o Programa de Meio Ambiente das NU declarou. Agora o desafio é persuadir os negociantes, políticos e o público que nada da natureza vem de graça.

Editor: James Tulloch
via Allianz Knowledge Brasil

Publicidade sustentável


Criativos e divertidos, anúncios publicitários atentam para diversos problemas, ligados a sustentabilidade – como a destruição das matas, aquecimento global e a emissão de CO2 na atmosfera. Confira, a seguir, algumas dessas peças.



"Moda faz mais vítmas do que você pensa" (WWF)


O impacto das toalhas de papel (WWF) 



Outdoor 
com dezenas de ar mostra pessoas fugindo de uma enchente





"Antes que seja tarde demais" (WWF)


"Você não pode ser lento em uma emergência. Aja agora pelo planeta" (WWF)



Campanha para questionar o uso de animais em explorações comerciais (
SAFE)



"Sua grama é burra. Regue dois minutos a menos que ela nem perceberá"


Campanha "engorda" produtos para calcular o consumo de energia dos aparelhos


"Use a eletricidade com sabedoria" - (Eskom, empresa de energia da África do Sul) 


Movimento solar em anúncio mostra o aquecimento global e o aumento dos níveis oceânicos


"Veja quanto monóxido de carbono você deixará de emitir se não dirigir por um dia"


Mundo afetado pelo aquecimento global com o Cristo Redendor e Nova York debaixo d'água (Diesel)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Banco do Brasil libera recursos para desmatador

Código Florestal
O Banco do Brasil, principal agente de financiamento para o crédito rural no País, reduziu as exigências ambientais para a concessão de empréstimos a produtores que desmataram.
Para conceder crédito, o banco exigia que produtores rurais apresentassem documentos comprovando a existência de áreas de proteção ambiental nas propriedades, a chamada Reserva Legal. O atual Código Florestal prevê que o proprietário de terra destine entre 20% e 80% de sua área para manutenção de vegetação nativa. Em biomas como a Mata Atlântica essa exigência é de 20% e na Amazônia, de 80% das terras.
De acordo com o banco, a suspensão das exigências ambientais vale até 12 de junho, quando entra em vigor o decreto 7.029, de 2009, que prevê que candidatos a empréstimos teriam de registrar sua área de Reserva Legal em cartório ou entrar para o Mais Ambiente, programa federal de regularização ambiental.
"Suspendemos a exigência porque estávamos antecipando uma norma que só entrará em vigor a partir de junho. Isso estava prejudicando produtores que não tiveram tempo para se regularizar", explica José Carlos Vaz, diretor de Agronegócio do Banco do Brasil. Ele nega que o banco tenha afrouxado as exigências legais em relação ao meio ambiente. "A partir de 12 de junho, só poderá receber crédito o produtor que cumprir o Código Florestal", diz.
Pressão. A decisão do Banco do Brasil foi tomada após forte pressão de grupos ligados ao agronegócio e deputados da bancada ruralista no Congresso.
Na quarta-feira, o deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR) enviou uma carta à direção do Banco do Brasil, na qual defendeu "a imediata suspensão da equivocada medida que vem causando transtornos ao meio rural". Segundo o deputado, o registro da Reserva Legal "era uma exigência que o setor produtivo não podia aceitar".
No início da semana, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, também criticou a vinculação entre regularização da área de preservação e a obtenção de crédito. "Isso é coisa de ideólogo que quer dar satisfação para os patrões, que nem são brasileiros, mas de países que já desmataram tudo o que havia para desmatar", disse o ministro em reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), em São Paulo. A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, afirmou que as exigências ambientais podem agravar a inflação dos alimentos. 
via  estadao

É possível comprar com consciência. Veja dicas


 
Um dos principais hábitos modernos do ser humano, o consumo, bate de frente com os hábitos mais novos baseados na sustentabilidade. Mas tem como equilibrar as duas coisas. A gente explica.

É claro que não estamos falando do consumismo doentio que, infelizmente, muitas pessoas fazem. Mas o ato de comprar coisas novas não precisa ser considerado uma traição ao meio ambiente, ideias simples sobre como escolher os novos itens e boas decisões sobre o que fazer com os itens antigos são a chave para o consumo equilibrado.
Você pode comprar móveis novos, por exemplo, que tenham o selo que garante o uso de madeira reflorestada. Dessa forma terá um móvel do seu gosto e contribuirá com uma empresa que renova nossas reservas florestais. O móvel antigo você pode vender em sites, ou ainda clicar aqui e se informar sobre doações para o exército da salvação. Só não pense em descartar móveis em qualquer lugar, lembre-se que um sofá velho é muito melhor do que dormir no chão, para quem não tem opção.
Quanto aos aparelhos que consomem energia elétrica, sempre é melhor escolher os que fazem mais usando menos. Com isso, além de ajudar o planeta você vai ter uma boa economia na conta no fim do mês. E a regra quanto ao descarte também vale, quase sempre é possível vender o aparelho antigo e quando o valor de mercado for baixo demais, doar ou enviar para reciclagem de eletrônicos é a melhor solução.
Existem também as pilhas e baterias. Nesse caso as melhores são as alcalinas, que não levam metais pesado em sua fórmula, e acima de tudo prefira as recarregáveis. E para o descarte procure sempre uma loja que faça a coleta (o fabricante deve passar a localização via SAC) – geralmente hipermercados e bancos tem recipientes para isso.
Essas precauções na hora de comprar (e descartar) produtos ajudam o ambiente e você não precisa parar de comprar, o que é preciso é consciência. 
E então, você tem alguma outra dica? Comente: