Folhas e telas de hoje anunciam mais uma vitória no Congresso daqueles que querem fazer retroceder a legislação que protege nossa riqueza ambiental.
Que governo, pergunto eu, se a cada tema é feito um novo acordo que garanta a tal da governabilidade na base de escambos políticos e interesses econômicos, quando não financeiros e moldados por corruptos e corruptores.
O texto do Código Florestal ontem aprovado é típico de um produto em decomposição. Apodrece a cada relato e a cada votação. Tem o condão de só piorar.
Batidos de forma irreversível os argumentos de cientistas e analistas que ainda têm um pingo de racionalidade na cachola, algo que vem sendo anunciado aqui há quase quatro anos, restava conformar-se com o texto aprovado no Senado.
Ledo engano. Para eles, os ruralistas, as conquistas de anistias e desmatamentos ainda não bastavam. Queriam como ainda querem mais. Surgiu, então,  o deputado-relator Paulo Piau (PMDB-MG), governo, pois não, para destroçar o texto aprovado no Senado.
Não deveria, mas insisto: mentem quando dizem ser necessário mudar a legislação para fazer crescer a produção agropecuária; mentem diante dos crescentes índices de desmatamento ao se intitularem a favor da preservação ambiental; mentem quando alegam proteger os pequenos agricultores facilmente beneficiados pelas exceções já criadas; mentem quando se dizem ameaçados de insegurança jurídica e nunca termos visto um só caso de punição para citar.
O que as folhas e telas anunciam hoje como derrota do governo somente se confirmará caso a Presidência não exerça seu poder de veto.