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terça-feira, 19 de julho de 2011

Custo de energia eólica caiu no Brasil



Agência Brasil – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 
confirmou que desde maio – quando o Brasil atingiu pela primeira vez 
1 gigawatt por hora (GWh) de energia eólica – a geração só vem 
crescendo e atualmente os ventos estão produzindo 1,073 GWh.

O volume se aproxima do potencial da Usina Angra 2 (que tem 
capacidade de 1,35 GWh), e pode abastecer uma cidade com 
1,5 milhão de habitantes.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), 
o aumento reflete a procura dos últimos anos por energia limpa, 
já que a força dos ventos é menos poluente que outras fontes. 
Isso fez com que os custos de geração, como a instalação e a 
compra de equipamentos diminuíssem, tornando a alternativa 
mais competitiva, 
segundo o diretor executivo da associação, Pedro Perrelli.
“A energia eólica não emite gás [do efeito estufa], não usa água doce
 nem para limpeza, nem para resfriamento, e a instalação de uma 
usina
causa um impacto ambiental muito pequeno, que em dois ou três anos, 
é recuperado”, disse. “Essas preocupações se refletiram no aumento 
da procura, que barateou os preços, como ocorre com produtos 
eletrônicos”, completou.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estima que a comerciali-
zação de energia eólica nos leilões nos dois últimos anos, impulsionou 
o setor, que hoje é responsável por 1% da matriz energética brasileira. 
Segundo a EPE, as contratações fizeram com que a produção de 
energia gerada dos ventos saltasse de cerca de 30 megawatt por hora (MWh) 
para os atuais 1 GWh, entre 2005 e 2010.
Com a meta de ampliar ainda mais o percentual de fontes limpas 
na matriz, o governo aposta no crescimento do setor nos próximos 
dez anos. 
A meta do Plano Decenal de Expansão de Energia é que até 2020, 
quando o país deverá gerar cerca de 171 GWh, a participação da 
energia eólica na matriz suba para 7%, 
enquanto a oferta de energia hidráulica diminua de 76% para 67%.
Embora o preço da energia eólica vem se tornando mais competitivo 
ao longo dos anos, passando de uma média de R$ 160 para R$ 147 
por MWh entre 2009 e 2010, o diretor da Abeeólica disse que, 
nos dias de hoje, a energia eólica só não é tão competitiva em termos 
de preço com o que é gerado nas hidrelétricas (R$ 95 por MWh). 
E defende que os sistemas sejam usados de forma complementar.
“É necessário [ter hidrelétricas] porque na época de mais chuva, 
é quando venta menos. E quando os rios estão mais vazios, 
é quando venta mais “, explicou Perreli. Porém, ressaltou que o 
impacto da instalação de uma usina eólica poder ser menor dentro 
de um terreno do que o de uma grande hidrelétrica, apontada também 
como fonte de energia limpa e renovável.
“Na área onde se explora o potencial eólico, a usina utiliza 3% da área, 
que não é desapropriada. Normalmente, é feito um contrato de aluguel 
com os donos, sejam índios, pescadores, quilombolas ou fazendeiros. 
Traz uma renda adicional que permite implementar o negócio”, disse.
Como crescimento do setor, para que os preços se tornem ainda mais 
competitivos, a associação defende que seja investido mais em linhas 
de transmissão adequadas.

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