Várias cidades europeias têm um sistema de empréstimo automático de bicicletas. Funciona assim: a estação de aluguel da bike tem uma máquina, onde você paga pelo empréstimo, e uma barra, onde ficam presas as bicicletas. Elas são liberadas pela máquina mediante pagamento – não tem ninguém mediando o empréstimo, tudo é automático. Existem várias estações como essa pela cidade: você anda com a bicicleta e depois pode devolvê-la em outro posto. Nós adoramos o sistema de Barcelona, por exemplo. E São Paulo está prestesa ganhar um sistema assim, graças a dois alunos da Universidade de São Paulo. Felipe Ventura, do Gizmodo, conversou com Mauricio Villar,a que, junto a Maurício Matsumoto, teve a ideia que levou ao PedalUSP. Eles são formados em engenharia mecatrônica pela USP e fizeram intercâmbio na França. Os amigos moraram em cidades que ofereciam o sistema de emprés- timo automático de bicicletas, e resolveram fazer seu trabalho de con- clusão de curso na área, bolando um sistema que funcionasse no Brasil. E graças ao Propesc, programa que busca, na própria USP, projetos e ideias na área de sustentabilidade, o TCC começou a virar realidade. O projeto demonstrou em agosto seus primeiros protótipos na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo – e, de acordo com o Mauricio, teve receptividade acima do esperado. Veja um dos protótipos abaixo: O sistema deve ser instalado na USP a partir de janeiro de 2011, ainda em caráter experimental. Serão apenas duas estações com quatro bicicletas, número que deve crescer para dez estações e cem bicicletas com a expansão do projeto, sem data definida. Mauricio conta que, como a ideia é que a bike seja usada para trajetos curtos – da aula para o almoço, por exemplo – o empréstimo será gratuito mas limitado a 20 minutos. Se o usuário não a devolver nesse período, ficará um ou mais dias sem poder pegar bicicletas emprestadas. Só haverá multa em dinheiro (de R$300) se a bicicleta não for devolvida em 24 horas. Mas, diz Mauricio, estes critérios podem mudar à medida que o projeto é implementado. Para evitar que bicicletas sejam furtadas, elas contam com chip identificador (não é GPS!), que mostra quem está com a bicicleta ou em qual estação ela se encontra. As bikes serão diferentes das comerciais, para não retirarem peças dela (como o banco). E deu-se atenção especial à trava eletromecânica da bike, que a prende na estação. As estações de empréstimo também têm câmeras de segurança e estão localizadas em locais estratégicos: tanto de fácil acesso para os usuários, como próximos a guaritas da universidade. Inicialmente, segundo Villar, o sistema será exclusivo para alunos, funcionários e docentes da USP. Além disso, as bicicletas só poderão ser usadas dentro do campus – novamente, a ideia é usá-las para trajetos curtos. Com mais recursos, o sistema poderá ser expandido, aberto para quem não é ligado à USP, e inclusive ser integrado à estação de trem próxima à universidade. Para implementar e expandir o PedalUSP, que tem custo estimado de R$500 mil, os coordenadores do projeto buscam parceiros e patrocinadores. Mauricio conta que já estão em conversas com a iniciativa privada, e a própria USP pode financiar parte do projeto. Já existem iniciativas semelhantes a esta em outras cidades, como Rio de Janeiro, Blumenau e João Pessoa. Então esperamos que o PedalUSP seja ampliado e inspire iniciativas semelhantes em São Paulo. [Pedalusp/Release via Gizmodo; Imagens: Divulgação] |
domingo, 19 de dezembro de 2010
Aluguel automático de bicicletas vai virar realidade em SP
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